nDm 19 | 15.dez.2022
A 19.ª edição da newDATAmagazine® foi publicada a dia 15 de dezembro de 2022.
MENSAGEM DA DIRETORA
Inteligência humana ou a humanidade das coisas
Era uma vez um serviço de pessoal que, mais tarde, deu origem a um departamento de Recursos Humanos, liderado por um Head of People que tinha um gosto especial por onboardings. Tinha como objetivo criar um Talent Spot e um centro de L&D. Mais recentemente, juntou-se um Happiness Manager. Será que agora, finalmente, se pode começar a pensar nas PESSOAS?
Palavras, há muitas. Preocupação também há muita, dado o momento que atualmente atravessamos nas organizações. Não se consegue atrair, não se consegue fidelizar. As PESSOAS procuram o seu bem-estar, tal como as organizações deveriam procurá-lo. Deste somatório do bem-estar individual resultará o bem-estar organizacional. Observo casos em que, genuinamente, esse é um propósito organizacional, da mesma forma que vejo situações em que o propósito é, deliberadamente, outro.
À internet das coisas deve aliar-se a humanidade das coisas – a consideração do elemento humano naquilo que fazemos, utilizando a inteligência humana para criar ligações. Vivemos na era das distrações e da tecnologia e, cada vez mais, necessitamos de nos conectar. Para não perdermos o human touch.
A tecnologia pode ser uma aliada preciosa, se bem utilizada. Não pode existir uma “fé cega” nos dados e no determinismo algorítmico. Não podemos perder o nosso sentido crítico e a nossa capacidade de análise - desde a fase mais inicial da experiência do candidato até uma fase mais dianteira na jornada do colaborador.
É por isso que as organizações necessitam de PESSOAS que olhem pelas e para as PESSOAS; e que se apoiem também na tecnologia para tal, de forma a promover a diversidade e a inclusão. Conscientes dos nossos próprios “enviesamentos”, temos de alertar para o machine bias – faz parte da aprendizagem.
Esta edição é muito especial, com foco nas pessoas. Atrevemo-nos a provocar, intelectualmente falando, várias pessoas que atuam em diferentes áreas de recursos humanos e que aqui vêm partilhar a sua experiência, dores e desejos. Não sei se para nos sossegarem ou inquietarem ainda mais.
Rita Oliveira Pelica