Mensagem do Diretor newDATAmagazine® N.º22
Inteligência, para que te quero?
Esta edição da newDATAmagazine® estava planeada para publicação a 24 de abril, mas, fruto de vários contratempos, fomos forçados a adiá-la para 30 de abril. E eis que, a 28 de abril, a Europa viveu em primeira mão uma prova do imenso poder que a tecnologia tem hoje nas nossas vidas. Tudo depende dela, está em todo lado, controla tudo. Dependemos dela de tal modo que a vida parece vazia quando não a temos. E a tecnologia depende da eletricidade!
Vivemos tempos interessantes em que a inovação tecnológica de Inteligência Artificial (IA) colocou ao nosso alcance um poder transformador quase ilimitado, para simplificar tarefas, resolver problemas e aumentar exponencialmente a nossa capacidade produtiva. A abundância destas ferramentas trouxe-nos um mundo novo, em que a eficiência parece garantida.
Mas será este o cenário perfeito? Talvez não. Em paralelo com esta revolução tecnológica, testemunhamos também um efeito subtil, mas profundamente perturbador, uma amplificação do «Google Effect», um comodismo cognitivo, em que as pessoas delegam quase tudo na tecnologia. Com a IA disponível para responder, criar e decidir por nós, corremos o risco de enfraquecer o órgão mais importante de todos: os nossos cérebros.
É evidente que não podemos fechar os olhos ao enorme potencial que estas ferramentas oferecem, porque a IA já deu provas de ser uma parceira indispensável nas nossas vidas pessoais e profissionais. Mas é exatamente essa a palavra-chave: «parceira». Não substituta. Não protagonista absoluto. Se encararmos a IA como o fim em si mesmo, e não como um meio para alcançar resultados mais inteligentes, mais eficazes e mais humanos, estaremos a abrir mão daquilo que nos define: a capacidade crítica, o raciocínio autónomo e a criatividade genuína. É fundamental compreender que estas ferramentas foram concebidas para complementar a nossa inteligência natural, libertar-nos de tarefas repetitivas e proporcionar-nos tempo para pensar, para imaginar e para inovar verdadeiramente.
Nesta edição da newDATAmagazine® preparámos o Caderno Especial «Ferramentas de Produtividade», grande parte delas enriquecidas com IA, precisamente para destacar o seu papel complementar, mostrando que, bem utilizadas, estas ferramentas podem efectivamente tornar-nos mais ágeis e eficazes nas nossas funções.
A inteligência artificial é tanto mais poderosa quanto mais humana se tornar e por isso é essencial que as empresas, as organizações e cada um de nós saiba aproveitá-la com equilíbrio e inteligência… inteligência natural! Até porque, se o apagão de 28 de abril não foi suficiente para que a sociedade perceba o lado negativo que a excessiva dependência da tecnologia (que depende de eletricidade) pode ter nas nossas vidas, então, mal empregues foram as 10 horas que estivemos “desligados”!
Horácio Lopes | Diretor
LER ESTE ARTIGO NA REVISTA ONLINE
Intelligence, what do I want you for?
This edition of newDATAmagazine® was scheduled for publication on 24 April, but we were forced to postpone it until 30 April due to several setbacks. Then, on 28 April, Europe experienced first-hand the immense power that technology has in our lives today. Everything depends on it; it is everywhere, and it controls everything. We depend on it so much that life seems empty when we don't have it. And technology depends on electricity!
We live in interesting times, where technological innovation in Artificial Intelligence (AI) has placed almost unlimited transformative power at our fingertips to simplify tasks, solve problems and exponentially increase our productive capacity. The abundance of these tools has brought us a new world, where efficiency seems guaranteed.
But is this the perfect scenario? Perhaps not. Parallel to this technological revolution, we are also witnessing a subtle but deeply disturbing effect: an amplification of the ‘Google Effect’, a cognitive complacency in which people delegate almost everything to technology. With AI available to answer, create, and decide for us, we risk weakening the most important organ of all: our brains.
We cannot turn a blind eye to the enormous potential these tools offer, because AI has already proven to be an indispensable partner in our personal and professional lives. But that is precisely the key word: «partner». Not a substitute. Not the absolute protagonist.
Suppose we view AI as an end in itself, rather than a means to achieve smarter, more effective and humane results. In that case, we are giving up what defines us: critical thinking, independent reasoning and genuine creativity. It is essential to understand that these tools are designed to complement our natural intelligence, free us from repetitive tasks and give us time to think, imagine, and truly innovate.
In this edition of newDATAmagazine®, we have prepared a Special Report on «Productivity Tools,» many of which are enriched with AI, precisely to highlight their complementary role and show that, when used well, these tools can effectively make us more agile and effective in our roles.
Artificial intelligence becomes more powerful the more human it becomes, which is why it is essential that companies, organisations, and each one of us know how to use it with balance and intelligence—natural intelligence! After all, if the blackout on 28 April was not enough for society to realise the negative impact that excessive dependence on technology (which depends on electricity) can have on our lives, then the 10 hours we spent ‘off the grid’ were wasted!
Horácio Lopes | Director
READ THIS ARTICLE IN THE ONLINE MAGAZINE
