Page 5 - newDATAmagazine | 05>09>2021
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newDATA EDITORIAL
MAGAZINE
A ECONOMIA DO CONHECIMENTO
Longe vão os tempos em que a economia se os mesmos “custos”, porque existe partilha
baseava num sistema de trocas diretas; uma Em 1969, Peter Drucker popularizou o termo
galinha valia meio saco de feijões, meio porco no seu livro The Age of Discontinuity , tendo-o
valia dois patos, uma panela valia um saco de atribuído ao economista Austríaco Fritz
trigo, e por aí fora. Consubstanciando-se numa Machlup, autor de The Production and Distribution
prática aparentemente primária, esta é até hoje, of Knowledge in the United States.
de facto, o motor do funcionamento das nossas Enquanto na economia “normal” é possível
vidas em sociedade – trocar algo por outro algo. trocar “bens que não se possuem por dinheiro
A invenção do dinheiro simplificou o comércio que não existe”, prática conhecida como
pela facilidade de atribuição de valor a cada bem especulação, na economia do conhecimento a
e pela agilidade de que a troca se revestiu. partilha é uma realidade e a troca menos
Inicialmente, o dinheiro era “feito” de metais interessada. Trata-se de um conceito fascinante,
preciosos que tinham valor económico/de troca. que inicialmente estava muito circunscrito à
Mas o dinheiro trouxe outros problemas, até gestão do conhecimento (do saber-fazer) e do
porque hoje existe a possibilidade de o dinheiro valor económico que isso representava para as
que possuímos não ter correspondência física a empresas, mas que hoje começa a ser
nenhum tipo de bem com valor económico – implementado a diversos níveis, um pouco por
teoricamente representa ouro que existe nos todo o mundo, num espírito de partilha, o que
cofres dos bancos nacionais – e isto é um permite avanços exponenciais em diversos
grande problema. campos.
Mas o que para uns é um problema do ponto A newDATAmagazine procura dar vida à
de vista ético, para outros é um processo economia do conhecimento. Cada autor que
natural, e o dinheiro representa hoje o centro de entrega o seu conhecimento motiva a que outros
todas as economias à escala global. Como dizia façam o mesmo, criando um círculo de partilha e
Liza Minelli em Cabaret, “Money makes the world entreajuda, e multiplicando as ideias por
go around” - “todos trocam algo por dinheiro”, e “muitos”. Esta multiplicação torna-se tão mais
muito estarão dispostos a fazer tudo para tê-lo. eficaz quanto mais alcance a revista tiver e quão
Mas existe uma outra economia onde a mais longe conseguirmos fazer chegar as ideias
colaboração e partilha existem e são uma dos nossos autores, que aqui depositam o seu
realidade: a Economia do Conhecimento. tempo, em forma de artigos.
Já por volta dos anos 500 antes de Cristo O nosso lema, “A partilha de quem sabe
havia quem pensasse que a economia do para o benefício de quem lê”, retrata o
conhecimento não se baseava nas mesmas sentimento de partilha e, se Confúcio
regras que a economia “das coisas”, visão fosse vivo, hoje, certamente seria
retratada na perfeição por Confúcio (552 a.C a convidado a escrever para a nossa
489 a.C), ao dizer: "Se você tem uma laranja e
troca com outra pessoa que também tem uma newDATAmagazine, porque, no fundo,
laranja, cada um fica com uma laranja. Mas se ambos temos a mesma visão de que o
você tem uma ideia e troca com outra pessoa conhecimento deve ser partilhado.
que também tem uma ideia, cada um fica com
duas." A sabedoria contida nesta frase permite- Horácio Lopes
me realçar a diferença dramática entre a BCI VP . Editor newDATAmagazine
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economia “normal” e a economia do BCP . Consultor de Gestão
®
conhecimento - a segunda pode crescer Marketer . Formador
exponencialmente e indeterminadamente com Perfil | Profile
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