Page 71 - newDATAmagazine | 03>07>2021

newDATA NA SUA OPINIÃO...
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Qual é atualmente a maior resistência
de projetos de automatização e informatização de
processos?
Desde os tempos mais remotos, o ser
humano tem procurado criar meios, métodos,
técnicas, artefactos e ferramentas que
permitam assegurar a sua subsistência e
sobrevivência, bem como a melhoria das suas
condições de vida, permitindo a adaptação,
adequação e transformação do ambiente em
que se insere, o que, no seu conjunto, promove
o desenvolvimento e assegura a continuidade
da espécie.
Com a revolução industrial, surgiu o
conceito de automatização. Procedeu-se ao
aumento de tarefas e de processos realizados
por máquinas de forma autónoma e sem
intervenção humana; à substituição do
trabalho físico pelo trabalho das máquinas,
reduzindo a intervenção humana em tarefas
“pesadas” e repetitivas, com o objetivo de
reduzir os custos de mão-de-obra, as falhas ou
erros e de aumentar quer a produção de bens
quer o lucro das empresas do setor
(predominantemente) industrial.
O s p r i m e i r o s m e c a n i s m o s
automatização eram ainda de reduzida
complexidade, funcionando numa lógica de
ação-reação, baseados em sistemas de
sensores e de atuadores mecânicos.
Contudo, a partir dos finais do séc. XX, a
evolução da eletrónica, o aparecimento,
c r e s c i m e n t o e a c e s s i b i l i d a d e
microprocessadores, dos computadores e da
internet vieram contribuir para o crescimento
exponencial das soluções e dos sistemas de
automa(tiza)ção, de elevada complexidade.
Atualmente, os sistemas de automação e de
informatização de processos utilizados em
Sistemas de Informação englobam modelos
na implementação
preditivos de análise de quantidades massivas
de dados (Big Data) e mecanismos de
“inteligência” artificial e de “aprendizagem” da
máquina (machine learning), em que, para além
da automatização de tarefas, os Sistemas são
responsáveis pela tomada de decisão.
À semelhança do que aconteceu no
passado, a mera substituição de pessoas por
máquinas é encarada como uma ameaça aos
postos de trabalho existentes, tornando-se
num dos principais obstáculos à introdução da
automatização nos sistemas e nos processos
das organizações.
Mas, mais do que uma ameaça, a introdução
e implementação de mecanismos de
automatização e de informatização de
processos e tarefas devem ser encaradas
como um desafio, em que os impactos sociais,
económicos, políticos e organizacionais no
desenvolvimento humano devem ser
analisados de forma crítica e consciente,
procurando evitar-se o erro frequente de tentar
d e s u b s t i t u i r m á q u i n a s p o r p e s s o a s ,
automatizando tarefas, processos e
colaboradores.
Apesar da elevada complexidade e do
crescente nível de automatização de tarefas e
de processos, as organizações revelam uma
certa incapacidade de adequar os sistemas às
d o s necessidades reais dos seus destinatários, as
pessoas.
A tecnologia, por definição, tem como
principal objetivo facilitar a vida das pessoas.
Todavia, a falta de interoperabilidade entre
aplicações e sistemas organizacionais, que
obrigam a “copiar” e “colar” dados, de forma
repetida, entre diferentes plataformas,
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