Page 72 - newDATAmagazine | 03>07>2021
P. 72
originando informação redundante e silos de
informação, que impedem o acesso à
informação quando e a quem dela necessita,
resultam em queixas familiares e por quase
todos escutadas com uma elevada frequência:
“a culpa é do sistema”; “o problema teve
origem numa falha ou erro do sistema”; “o
sistema não permite”...
Na sua conceção, uma grande parte dos
sistemas utilizam algoritmos que se destinam
à tomada de decisão, sem que sejam
percetíveis, conhecidos ou compreensíveis os
critérios que as suportam e fundamentam,
com o objetivo único de reduzir ou minimizar
custos e, simultaneamente, maximizar ou
“rentabilizar” recursos.
As funções da gestão e da decisão têm uma
forte componente de subjetividade, em que as
opções e a tomada de decisão são, por vezes,
assumidas com base na intuição e nas
caraterísticas pessoais dos gestores e
decisores, na sua cultura e nos aspetos de
caráter pessoal, o que resulta numa vontade e
numa capacidade de induzir mudanças, sem
que estas sejam, obrigatoriamente,
resultantes da reação a meros indicadores e à
análise de enormes quantidades de dados ou
meta dados, utilizados como fundamentação
e como justificação para as opções adotadas.
Em situações consideradas críticas,
decisivas ou determinantes, a análise e a
tomada de decisão devem ser uma
responsabilidade de pessoas, não podendo ser
delegadas em máquinas, sistemas ou
algoritmos, que ignoram a ética, a
subjetividade e a componente humana como
fatores determinantes e indispensáveis à
gestão eficaz e consciente de todas as
organizações.
Paulo Madeira Gonçalves
Professor / Investigador
Eng.º Eletrotécnico / Empresário
Ministério da Educação
Perfil | Profile
72 newDATAmagazine.com

