Page 22 - newDATAmagazine® | 16>08>2022
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Dados e planeamento urbano no
Município de Matosinhos
Pensar a cidade (também) com dados na construção coletiva e inteligente do território
A exponencial digitalização dos setores da
Arquitetura, Engenharia Civil, Construção,
e n t r e o u t r o s , a c o m p a n h a d a p e l o
desenvolvimento tecnológico no que se refere
às correspondentes ferramentas, métodos,
processos e recursos, não esquecendo os
esforços de “sensorização” e monitorização
(em tempo real) dos ambientes construídos,
tem conduzido à necessidade de revisitar a
disciplina urbanística no sentido de a tornar
mais capaz de dar respostas assertivas e
adequadas aos níveis de incerteza que
marcam não só a atualidade social e
ambiental, mas também económica e política.
Mais do que a tónica relativa às ditas
Assiste-se a um período particular no modo “cidades inteligentes”, importa refletir como
como as cidades podem ser perspetivadas à pensar os mais ajustados processos de
luz da quantidade e diversidade de dados que urbanização e de ordenamento do território,
estão disponíveis para serem equacionados, tirando partido dos dados no planeamento
tratados e sistematizados no planeamento das inteligente das cidades.
cidades e respetiva gestão urbana. Com noção dos desafios envolvidos no
Como em épocas anteriores na história do pensar e planear as cidades para o amanhã, o
urbanismo – motivadas por outras caminho a trilhar revela-se tudo menos fácil.
transformações então ocorridas, como as Desde o cuidado no tipo e uso de dados a
desencadeadas por preocupações higienistas coletar para o urbanismo, passando pela
entre o final do séc. XIX e o início do séc. XX, dotação tecnológica dos ambientes
para dar resposta a problemáticas das cidades construídos e das organizações responsáveis
decorrentes da Revolução Industrial (por ex., a pelo planeamento e administração das
salubridade) – as últimas décadas focam-se cidades, não esquecendo a necessidade de
no estudo do impacto do urbanismo e do modo capacitação digital dos corpos técnicos de
como este pode evoluir, pela cada vez maior instituições envolvidas no ordenamento do
perceção quanto ao papel que os dados território e sua gestão urbana, a mudança em
podem ter no planeamento inteligente dos causa exige uma preocupação constante e
territórios e na qualidade das vivências uma permanente atenção aos potenciais
urbanas que devem oferecer aos que neles desvios de foco que podem ocorrer em tão
vivem, trabalham, circulam. complexa transformação.
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