Recordo-me de ter feito a primeira ligação à internet através de modem, esse equipamento “pré-histórico” com os seus sons característicos e muito pouca pressa para nos ligar à rede. Foi em 1987, há 34 anos, e nessa altura não havia a mesma quantidade de pessoas com acesso à internet no mundo inteiro e, claro está, tão-pouco em Portugal.
A world wide web era diminuta e a partir de determinada altura o dilema diário passou a ser: “Que mais há para visitar?”. Nem a quantidade de páginas, nem a frequência de atualizações eram à escala atual. Hoje, tenho computadores ligados à internet 24 horas por dia a processar informação e tudo acontece a uma velocidade que necessito de programas e planos para “tentar” acompanhar a informação produzida. Tentar…
Esta evolução provocou uma mudança significativa no nosso modo de vida, sobretudo para aqueles que ainda estudaram a ler livros (físicos) e a escrever em folhas de papel. A mudança tem sido de tal ordem que facilmente uma pessoa com mais de 50 anos de idade que não tenha acompanhado passo a passo o processo se sente ultrapassada, e com vontade de passar ao lado de tanta inovação; a mudança de paradigma é brutal!
Embora se diga que “resistir à mudança faz parte do ser humano” eu penso o contrário. Resistir à mudança fazia parte do ser humano. Já não deve fazer. A mudança acontece e sempre acontecerá. Não é sensato resistir-lhe porque se trata da consequência duma inteligência coletiva, da soma de pequenas ações individuais e não da vontade desta ou daquela pessoa.
Hoje ouvimos falar de conceitos como criptomoedas, realidade virtual, encriptação, inteligência artificial, automação, computação em nuvem ou cibersegurança e perguntamo-nos como chegamos até aqui em apenas 30 anos. A verdade é que chegou, e tudo por consequência da internet e da ligação que possibilitou entre as pessoas à escala planetária que imprimiu esta velocidade surpreendente de evolução digital. E já não volta atrás!
Perante este mundo de informação em que os paradigmas se alteraram, é urgente mantermo-nos informados e está do nosso lado perceber o que são as novas tecnologias. Não temos de ser especialistas em criptomoedas, mas temos de compreender o que são; não adianta dizer que são temas para outras pessoas, porque fazem parte da nossa realidade.
Entretanto, sempre que surge uma oportunidade de formação, colaboração ou trabalho que possa ser implementado online, a minha resposta é SIM, QUERO!
Horácio Lopes | Editor
