De acordo com os resultados do estudo levado a cabo pela consultora internacional EY, encomendado pelo Grupo Europeu de Sociedades de Autores e Compositores (GESAC), divulgado em Bruxelas, no passado dia 28 de janeiro de 2021, as indústrias culturais e criativas (ICC) – que englobam publicidade, arquitetura, audiovisual, livros, música, jornais e revistas, artes performativas, rádio e videojogos – constituem “uma parte significativa da solução que tem de ser encontrada para a Europa” e podem ser um dos impulsionadores da reconstrução e renovação da economia europeia, de acordo com o mesmo estudo.
Em paralelo, em estudo publicado pelo World Economic Forum (WEF), em outubro de 2020, sobre o Futuro dos Empregos, e em que se prevê a evolução dos mercados de trabalho em 2020-2025, conclui-se que, no espaço de 5 anos desde a publicação do estudo, as competências e empregos emergentes se irão basear maioritariamente nos dados, num paradigma totalmente novo e desconhecido da maioria.
Ainda segundo o estudo da EY acima referido, desde 2013 que as Organizações e empresas de ICC têm investido de forma massiva na inovação e digitalização, quer numa perspetiva de negócios, quer em termos de produção e de experiência de cliente, o que vem claramente ao encontro do que a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, referiu no evento online do World Economic Forum, realizado em Davos, entre 25 e 27 de janeiro de 2021, ao perspetivar a economia do futuro pós-pandémico como uma “Nova Economia”:
"Esta nova economia será mais digitalizada porque “em muitas economias desenvolvidas o processo de digitalização avançou sete anos” por causa da pandemia. Além disso, ligada à digitalização, Christine Lagarde explicou ainda que o investimento de capital de risco em “setores impactados positivamente pelo distanciamento social subiu 56% desde dezembro de 2019”, sinalizando que o investimento em desenvolvimento tecnológico terá um papel importante nesta nova economia". FONTE
A contribuição da ciência e da economia dos dados é determinante neste Novo Mundo.
Ficou firmado que as Sociedades de hoje assentam numa economia dos dados, na digitalização dos negócios e no desenvolvimento tecnológico. O mesmo que permitiu incrementar o teletrabalho e quebrar o isolamento perpetuado pelo distanciamento social.
Mais também ficou firmado que um dos grandes vetores da Transformação Digital assenta no indivíduo, ou melhor, nas competências digita(lizadas) do indivíduo, acomodadas a uma linguagem nova (new) e um mindset disruptivo (baseado em data).
Este raciocínio vem sendo corroborado por diversos especialistas, nas mais diversas áreas disciplinares, e é consolidado na Taxonomia Global apresentada pelo WEF em janeiro de 2021, intitulada “Building a common language for Skills at Work”.
Ora, antropologicamente sabemos que esta disrupção não se dá no indivíduo à mesma velocidade (escalável) com que a tecnologia se tem vindo a desenvolver. E culturalmente sabemos que os ICC assumem um papel determinante nesta dimensão porque, para além de atuarem simultaneamente como veículo formador dos indivíduos e das comunidades, impactam no alinhamento e evolução das próprias Sociedades.
Considerado que ficou que os ICC também são um dos veículos que maior impulso poderão trazer à reconstrução e renovação da economia europeia (digitalizada), acresce a pertinência e relevância de fazer nascer uma revista digital, centrada nos dados e nas pessoas, que não se limite a barreiras de espaço, tempo, âmbito ou paradigma.
Escrevia Desirée Jaimovich em 20 de novembro de 2019, citando Marten Kaevats, acessor digital do governo da Estónia, que a digitalização não passa só pela tecnologia, mas por mudar a mentalidade das pessoas. É a cultura. A mesma que se revela como um veículo determinante para a mudança futura, no estudo da EY.
Lançadas que (nos) foram as bases, NASCEMOS!
