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Este desejo de intervir por uma causa
continuou ativo e atualmente assistimos ao
crescimento de intervenções artísticas
impregnadas de vontade de justiça social e
ambiental, da reivindicação de liberdades e
direitos, da igualdade e equidade para
minorias em situação de risco e/ou exclusão,
como por exemplo, os movimentos
feministas, comunidades LGBTQIA+,
comunidades indígenas.
Mas o fascínio inicial de um espaço digital
capaz de mitigar muitas desigualdades
relacionais e estruturantes da sociedade,
rapidamente demonstrou que pode
reproduzir as mesmas discriminações que
têm lugar no plano físico. Por vezes, até de
forma mais agressiva e ofensiva, destilando
e incentivando discursos de ódio, na maior
parte das vezes proferidos de forma
anónima.
O artivismo digital pode, por isso, ser
considerado como mais uma forma de
intervir socialmente, na comunidade. Uma
forma de partilha que permite, consoante o
suporte tecnológico utilizado, diferentes
escalas de alcance. Contudo, esta
exponenciação do alcance da mensagem é,
geralmente, realizada de um modo não
controlado, ficando por realizar uma reflexão
mais aprofundada dos reais impactos do
Artivismo Digital na Sociedade e no
indivíduo.
Isabel Cristina Carvalho
Investigadora. Centro de Investigação
em Artes e Comunicação (CIAC-UAb),
pólo da Universidade Aberta, Lisboa.
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