Page 66 - newDATAmagazine | 01>05>2021

i.data_cities
COLUNA MENSAL
Cidade das PESSOAS e dos DADOS
Inaugura-se esta coluna (em i.data_cities)
no início de nova fase de desconfinamento, na
qual – mesmo atendendo aos cuidados
necessários na prevenção da propagação do
coronavírus SARS-CoV-2 – se espera que as
vivências urbanas ganhem mais expressão no
quotidiano e traduzam um incremento ao nível
das relações socioespaciais. Com isto, o
adensamento de interações individuais e
coletivas (e respetivos lugares) implicará o
regresso de mais vida urbana aos espaços das
cidades.
Neste processo, de retorno das pessoas aos
sítios do dia-a-dia, existe a oportunidade de se
rever o modo como a apropriação dos espaços
urbanos acontece e a forma como as vivências
resultantes podem conhecer novos contornos.
Um dos caminhos para a reequação advém do
potencial associado à crescente presença de
tecnologias na azáfama diária de todos e o
desdobramento dimensional (entre o físico e o
vir tual) de contextos de par tilha e
comunicação, proporcionados por interfaces
digitais com acesso à internet. Esta coluna
gravitará estes três focos: i) os novos modos
de vida urbana; ii) o desenvolvimento
tecnológico; e, por fim, iii) a digitalização do
quotidiano.
Se o propósito desta coluna converge nos
três âmbitos enunciados, os pivots da
focagem tripla referida serão os dados, que
contribuem para o avanço do conteúdo das
alíneas mencionadas e, por outro lado, são
alimentados pelas mesmas. Pretende-se
verificar como e em que sentidos se progride
(metodologicamente) na recolha, tratamento e
visualização de dados. Para além disto, os
domínios de aplicação de dados coletados
estarão também no “radar” desta coluna.
Não obstante o até ao momento indicado, o
principal objetivo dos temas que serão
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mensalmente abordados na coluna prende-se
com a necessidade de tornar as cidades mais
humanizadas. Para o efeito, considera-se que
a cidadania plural, ativa e plena é estruturante
para se alcançar a urbanização solidária,
inclusiva e de proximidade, capaz de promover
a cidade das pessoas. Nesta, a cocriação
desempenha papel significativo e precisa ser
enquadrada em processos de planeamento
urbano apoiados por dados na tomada de
decisão.
É igualmente relevante averiguar a
correlação entre tecnologia e formalização em
abordagens urbanas colaborativas de base
digital, com plataformas de acesso aberto
online (por ex.).
A vida urbana e a interação socioespacial
não só gera fluxos, mas também dados, que
importa integrar no planeamento e na gestão
inteligente de cidades, na construção coletiva
de territórios de partilha. Com base nesta
perspetiva, o olhar proporcionado na coluna
sobre estas matérias procurará descortinar o
que o futuro reserva para as mesmas.
David Leite Viana
Investigador
ISTAR-Iscte
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