Page 62 - newDATAmagazine | 01>05>2021

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Plano para a transição digital:
(IN)SUCESSO
GARANTIDO!?
Ao longo destas três últimas décadas tem
sido feito um esforço para que as TIC sejam
introduzidas no currículo escolar, através da
criação, adoção e utilização de métodos e
ferramentas que potenciem a aprendizagem
autónoma e contínua e o desenvolvimento
global do indivíduo, em que a educação e a
formação assumem um caráter contínuo e
evolutivo, ao longo da vida.
Em pleno séc. XXI, apesar da rápida
evolução tecnológica, económica e social, a
escola atual parece continuar alheia a tais
mudanças e transformações, permanecendo,
na sua essência, assente em modelos
tradicionais e desajustados às reais
necessidades e exigências dos seus principais
destinatários: os alunos.
A introdução de equipamentos e recursos
tecnológicos nas escolas, sem a prévia
preparação e qualificação dos docentes, as
lacunas existentes, as debilidades e
fragilidades da escola, ou a multiplicidade de
recursos educacionais digitais de duvidosa
qualidade e utilidade pedagógica, bem como a
ausência de uma definição clara dos objetivos
a atingir com a introdução das Tecnologia da
Informação e da Comunicação (TIC) no ensino,
são identificadas e referidas por Dias
Figueiredo (1989) como razões para o fraco
sucesso destas iniciativas, resultando em
desperdício de recursos e em situações de
distorção pedagógica. Volvidos mais de 30
anos, as mesmas razões mantêm-se quase
i n a l t e r a d a s , m a n i f e s t a n d o - s e
incapacidade de introdução de alterações
profundas e urgentes no atual sistema de
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ensino, na forma de ensinar e de se adequar
aos contextos da sociedade atual, o que nos é
possível auferir ao percorrer rapidamente a
história de alguns dos programas mais
emergentes das TIC no ensino
O programa MINERVA decorreu em
Portugal, entre 1985 e 1994, tendo sido
considerada a primeira iniciativa de
introdução de tecnologias de informação na
educação, como meio auxiliar de ensino (CNE -
Conselho Nacional de Educação, 2017),
assumindo como principais objetivos: a
inclusão do ensino das TIC no currículo escolar
e como meio auxiliar de ensino.
No final do ano de 1996, surgiu o programa
Nónio Séc. XXI, considerado outra das
relevantes iniciativas na integração das TIC na
educação (Dágua, Silva, e Almeida, 2017), a
qual procurou dar continuidade a anteriores
iniciativas de introdução das TIC nas escolas,
mas também ao nível da promoção e
divulgação da cultura científica e tecnológica e
na formação e capacitação dos docentes. A
este nível foram surgindo vários programas,
tais como: A Ciência Viva, A Internet na Escola,
Internet@EB1, o Plano Tecnológico para a
Educação (PTE), entre outros.
Com o PTE surgiram, na definição de
políticas, objetivos e de estratégias, alguns
dos termos que refletiam tendências da época
(alguns deles ainda hoje utilizados), como a
Infoexclusão e a Sociedade/Era de
Informação, explicitados nos objetivos do
programa, como a promoção do acesso à
Sociedade da Informação e a necessidade de
fomentar a infoinclusão, através da
u m a disponibilização de computadores portáteis e
de ligações à internet de banda larga móvel
(Neto, 2010). O PTE assumia ainda os