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Estilos de liderança
Nutritivo vs. Agressivo
U m a d a s q u e s t õ e s q u e s e p õ e
frequentemente a gestores de equipas é se se
deve ir atrás dos colaboradores, com um
chicote, ou à frente, com um estandarte. A
eterna questão da dualidade entre o chefe e o
líder. Embora a literatura promova claramente
a liderança pelo exemplo, a prática é uma
história completamente diferente e, quer em
empresas maiores, quer nas PME, a realidade é
que o medo impera de lado a lado. O gestor,
patrão ou administrador tem medo que os
seus colaboradores não respondam, se
acomodem, e por isso incute-lhes o medo do
desemprego, da despromoção ou até mesmo
do embaraço público. Mas um crescente corpo de investigação
Esta predominância não se encontra sobre psicologia organizacional demonstra
apenas entre colaboradores e chefias, mas que um ambiente de cortar à faca não só é
também entre clientes e fornecedores, na prejudicial à produtividade ao longo do tempo,
cedência de recursos (mesmo havendo mas que um ambiente positivo e de confiança
possibilidade de substituição em tempos mútua levará a benefícios dramáticos para os
previamente combinados, e entre parceiros. Se gestores, trabalhadores e, consequentemente,
não de imediato, logo que haja um problema, para os acionistas.
uma falha, um sinal de que pode correr mal, por Embora haja uma suposição – que não está
pequeno que seja. O medo é o método mais inteiramente errada – de que o stress
simples e mais eficaz, ou assim se pensa pressiona os colaboradores a apresentarem
muitas vezes na prática. Há mesmo culturas mais e mais rápido, o que as organizações com
empresariais onde as pessoas se orgulham de um modelo agressivo não reconhecem são os
“conseguir” incutir medo nos outros. Outros, custos ocultos em que incorrem, que são
eles próprios com medo de escolher, até muitos e perigosos. A questão é que
acabam por praticar um tíbio método misto, abandonar o modelo do medo implica
que tem as desvantagens de ambos. maturidade, pessoal e organizacional,
Assim, muitas empresas apostam em ter preparação e dá, efetivamente, mais trabalho.
uma cultura de cortar à faca, de elevada Implica ser um gestor profissional e não um
pressão, para impulsionar o seu sucesso. amador convicto.
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