Page 20 - newDATAmagazine® | 18>10>2022

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Trabalho remoto
A Utopia realista
Ainda é amplamente debatida a questão de
ter ou não as equipas em ambiente remoto,
t e n d o - s e t o r n a d o , e n t re t a n t o ,
relativamente comum, de tal forma que
podemos ter equipas dispersas pelo globo
sem sermos uma multinacional no sentido
clássico do termo – e até podemos ser uma
microempresa.
Preocupamo-nos como garantir a coesão
desta equipa. Como podemos chamar a este
grupo de pessoas, algumas das quais nunca
estiveram sentadas ao pé umas das outras,
uma empresa? E que desafios nos põe esta
dispersão de recursos? Podemos ter rotinas?
A que horas? Como é que podemos criar
espírito de equipa? E, mais importante do que
isso, será que a própria noção do que é uma
empresa deve mudar?
É preciso desdramatizar a situação. Sempre
houve gestão remota. Sempre houve pessoas
que estavam num local a trabalhar e a serem
geridas por outras. Por isso, não é preciso
entrar em modo revolucionário para resolver a
questão, apenas adotar boas práticas e
manter o bom-senso.
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M
«I've been doing this for a long time, for about
20 years I've been studying how people work
together when they can't actually be in the same
physical space. Now obviously it incorporates a
lot of different things, some of it is just about
being physically separated, some of it is about the
technology, some of it is about working globally,
cross-culturally, all these sorts of different things,
but what I really focus my research on is
collaboration.» (1)
(Mark Mortensen, INSEAD, Making Remote Work ,
2020)
Estas pessoas continuam a ser pessoas
que estão a trabalhar na organização com um
a l g o objetivo que estará mais ou menos alinhado
com a organização como um todo, não por
causa de estarem fisicamente separadas, mas
– e esta pode ser uma das causas da
resistência e esta mudança – pelas razões
mais habituais: má comunicação, mau
alinhamento, uma cultura descaracterizada –
algo que já se passaria antes e que agora se
torna potencialmente mais perigoso, que de
repente se revela mais precioso e vulnerável.
Por isso, o desafio é o de sempre, o de
manter esta cultura forte, através de
mecanismos bem conhecidos e que já foram
amplamente debatidos neste e noutros fóruns.
(1) Já faço isto há muito tempo, há cerca de 20 anos
que estudo a forma como as pessoas trabalham
juntas quando na realidade não podem estar no
mesmo espaço físico. Agora, obviamente, incorpora
muitas coisas diferentes, algumas delas são apenas
sobre estar fisicamente separado, algumas são sobre
a tecnologia, algumas são sobre trabalhar
globalmente, transculturalmente, todo este tipo de
coisas diferentes, mas aquilo em que eu realmente
concentro a minha investigação é a colaboração.