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O movimento Agile surgiu no início do
século XXI justamente porque as equipas
começavam a ter a maturidade para se
autogerir. Precisam de alinhar com os
objetivos da organização, claro, isso é algo que
não pode deixar de se fazer, mesmo
remotamente, mas não é necessário “estar em
cima”, “estar de olho” na maioria dos
colaboradores. Têm objetivos, têm prazos,
reportam cumprimentos abaixo ou acima do
esperado, e depois reajusta-se em função do
mercado e da capacidade de cada um.
«PATRÃO FORA, DIA SANTO NA LOJA»
Antes da pandemia, ficar em casa era visto
como preguiça, como desleixo. Imaginava-se
(e ainda se imagina) pessoas vestidas de
pijama, com uma caneca de café ao lado, a
comer por cima do computador, deitadas no
sofá ou num cadeirão, a passear nas redes
sociais e a falar ao telefone com os amigos.
Como se isso – tirando o pijama, que eu saiba
– não acontecesse também em trabalho
presencial.
Em especial em empresas de maior
dimensão, em que é impossível ver o que cada
um faz a cada momento – quando sequer se
sabe o que realmente faz a pessoa – cada um
sempre fez o que queria.
Eu cheguei a ver diretores em gabinetes
todos de vidro, a jogar jogos de computador,
com o écran virado para um open space.
Conheci o caso de uma pessoa que ficava 2 a 3
horas na casa de banho, à tarde, depois de
almoço, presumo que a dormir (nunca
verifiquei, confesso). E pessoas que passavam
horas a ver jogos de futebol, fazendo apenas
CTRL-TAB quando viam uma chefia a
aproximar-se.
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