Page 29 - newDATAmagazine® | 15>07>2022

O modelo de previsão é algo que indica o Os resultados dos testes demonstraram
valor esperado para o atraso em segundos.
Dado que esse valor varia consoante a hora do
dia e o local a que nos estamos a referir, é
necessário encontrar forma de tornar o
indicador, ou melhor, o valor do indicador
independente destes fatores. Além disso, a
forma mais eficaz para comunicar com os
utilizadores finais este tipo de informação é
colocá-la em contexto, neste caso, em cima de
um mapa. Tendo a visualização do espaço
onde o valor está a ser medido e indicando o
período temporal a que se refere a
visualização, os utilizadores conseguem
c o m p r e e n d e r m e l h o r o s v a l o r e s
representados.
Este trabalho teve desde o início a
preocupação de ter como alvo os operacionais
da CML, embora um utilizador vulgar, como o
leitor, possa entender de forma clara a
informação fornecida pelo indicador. Nesse
sentido, o indicador deve ter uma variação
entre 0 e 1. Considerou-se que usar a variável
atraso (quer medido, quer estimado)
p o n d e r a d a p e l o n ú m e r o d e
congestionamentos na região de interesse
para uma análise seria uma forma simples e
eficaz de resumir a fluidez do tráfego.
TESTES COM UTILIZADORES
Para validação dos indicadores de tráfego
foram realizados testes de usabilidade, com
um total de 18 perguntas numa população de
29 indivíduos.
Figura 2. Representatividade dos inquiridos
que a perceção da fluidez de tráfego é boa.
Demonstrando-se, assim, que a forma simples
de comunicar a informação, usando uma
metáfora de sinal de trânsito num contexto de
um mapa, cumpre os objetivos iniciais
traçados pela CML no seu desafio.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A solução para o desafio proposto pela CML
demonstra duas coisas.
Por um lado, o uso dos dados abertos
permite a criação de novas soluções que
podem responder a desafios existentes na vida
de uma cidade. É, pois, de incentivar esta
abertura ao público. No fundo, os dados são de
todos nós.
Por outro lado, percebemos que o percurso
até à implementação de uma solução madura,
utilizada pelos técnicos da CML, ainda tem um
longo caminho a percorrer. O trabalho está
num Technology Readiness Level baixo , TRL4,
estando tudo preparado para iniciar a
transição para produção. Diríamos que é tudo
uma questão de tempo.
Este trabalho foi desenvolvido no âmbito de
uma dissertação de mestrado realizada por
João Vaz, já reconhecido pelos pares, tendo os
resultados sido apresentados numa
conferência internacional (IV2022 ) dedicada à
visualização de dados, a decorrer em Viena
nestes dias.
Nuno Datia
Professor Adjunto do
Instituto Superior de
Engenharia de Lisboa
Perfil | Profile
Matilde Pato
Professora Adjunta do
Instituto Superior de
Engenharia de Lisboa
Perfil | Profile
newDATAmagazine.com 29