Page 49 - newDATAmagazine® | 16>08>2022

newDATA 07 | i.data_cities
MAGAZINE
Planeamento,
Dados e Monitorização
As colunas dos dois últimos meses foram
sobre a digitalização do habitar e do trabalho.
Perspetivar a transformação digital nestes
âmbitos tão estruturantes para o que são as
cidades implica ter no horizonte processos
de urbanização mais integrados, sistémicos
e colaborativos. Para o efeito, precisar-se-á
de consolidar a monitorização e avaliação no
planeamento do território.
Os planos, enquanto instrumentos de
gestão territorial, enquadram as principais
orientações para as cidades através da
concertação entre estratégias, programação
e ações. Reconhecendo a aceleração trazida
pela crescente digitalização do quotidiano ao
modo como as cidades acolhem a vida de
cada um no dia-a-dia, constata-se ser
determinante uma maior correlação entre o
conteúdo propositivo dos planos e a sua real
COLUNA
concretização. Isto é, a execução dos planos
ganha importância redobrada devido ao
constante ajuste ao avanço tecnológico que
se assiste. Neste quadro, a monitorização e
os dados têm relevância acrescida.
A gestão integrada, inteligente e
relacional das cidades envolve uma
“entrada” tripla na prática do
planeamento: a primeira, a partir do
previsto nos planos; a segunda, tendo
por base indicadores de transformação
efetiva do território (provindos dos
censos, das licenças de construção e
de utilização, dos investimentos, entre
outros); por fim, a terceira, que remete
para um exercício mais holístico do
planeamento das cidades.
Aos planos que estão em vigor, impõem-se
a quantificação e a espacialização de todas
as ações elencadas, bem como do respetivo
faseamento associado e do modo como
estão articuladas. Assim, construir-se-ão
mapas nos quais ficará evidente o que os
planos perspetivam para as cidades.
Constituem, pois, uma espécie de
cartografias do “território projetado”.
Para além dos dados assim resultantes,
com mapeamento do previsto nos planos,
será útil a coleta de dados da gestão
urbanística, que indicam como o território
está, de facto, a ser transformado, através
das mencionadas licenças de construção, de
utilização, etc. Sabe-se, deste modo, como
“pulsa” a cidade e o que a faz mover e onde.
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