Page 47 - newDATAmagazine® | 16>08>2022

newDATA 05 | i.data_cities
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De acordo com o comentado, os lugares
Fi-V serão marcados por cinco tendências:
1) a desmaterialização;
2) a responsividade;
3) a customização;
4) a smartness; e
5) a imersão tecnológica.
Este grupo de tendências terá dinâmicas
próprias no referente à respetiva
operacionalização/implementação.
Mesmo assim, colaborarão entre si
incrementalmente e alimentar-se-ão
reciprocamente, fazendo com que as
transformações que se avizinham acelerem
com o decorrer do tempo. Ou seja, o tempo
será aliado das mudanças que já estão em
curso no que respeita ao habitar moldado
pela Covid-19, pelo impacto das alterações
climáticas e pela inovação tecnológica. Visto
isto, os espaços domésticos resultantes
sofrerão alguns inputs:
a) acolherão tipos de vidas familiares com
outras configurações para além das
atuais;
b) promoverão interações
socioprofissionais híbridas;
c) estimularão a simbiose corpo-espaço;
d) convergirão o vernáculo e a sofisticação
(e vice-versa);
e) e, finalmente, reconfigurarão a
urbanização.
Os desafios da urbanização a partir do
elencado são, alguns deles, pouco
conhecidos, quer no relativo ao que serão as
cidades, mas também quanto às relações
humanas, às atividades económicas e às
necessidades urbanas sobre equipamentos,
serviços, mobilidade, redes de transporte e
demais infraestruturas citadinas.
COLUNA
Como tal, uma lição prévia a reter prende-
se com as implicações sistémicas que as
alterações esperadas ao nível do habitar
trarão para as cidades. Como em outros
períodos da história das cidades,
modificações nos paradigmas dominantes
sobre os espaços domésticos induziram a
múltiplas e incisivas transformações
urbanas, marcando as cidades durante largos
períodos de tempo.
Assim, torna-se premente caminhar
no sentido de se encontrar um
processo devidamente estruturado que
saiba acolher este futuro, em turbilhão
e incerto, que espreita já ali.
Robustecer o planeamento integrado e
plural da urbanização contribuirá para melhor
saber acolher a indeterminação e indefinição
sobre como evoluirá o habitar individual e
coletivo na esteira da digitalização do dia-a-
dia e do desenvolvimento tecnológico e na
sombra dos efeitos das alterações climáticas
e de eventuais novas pandemias.
O codesenho e a gestão inteligente da
urbanização vindoura, articulada com a
permanente necessidade de cocriação da
cidade humanizada, poderá ser a chave para
que a digitalização em curso do habitar –
fortemente apoiada pelo avanço tecnológico
(como a inteligência artificial, por ex.) – seja
orientada em sentido colaborativo e
desígnios coletivos e inclusivos. O potencial
de elevada subjetivação (e consequente
individualização) da digitalização de modos
de vida e seus espaços domésticos é tanto
uma enorme vantagem, como um risco a
evitar.
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