Page 20 - newDATAmagazine® | 19>11>2022

newDATA
Experiência do colaborador, procura-se.
Na opinião de...
Juliana Campos
Business Manager na
PrimeIT
Perfil | Profile
Hoje, enquanto Business Manager, lido com
muitos desafios na gestão das equipas. Por
um lado, por me deparar com um mercado de
IT cada vez mais exigente, tanto nas soft
skills como nas hard skills dos vários players,
e por outro lado, pela crescente
competitividade e aumento de ofertas de
emprego internacionais e sem limitações
geográficas, o que torna mais desafiante a
rotatividade e destapa a urgência de se
reinventarem os processos de gestão de
recursos humanos, de forma a desenhar
estratégias de gestão do conhecimento e
desenvolvimento humano que permitam a
partilha e aquisição de novo conhecimento,
para que este não se perca quando o
colaborador se desvincula, ao mesmo tempo
que se potenciam melhorias de retenção e
atração, através da recolha do seu feedback,
não só em entrevistas de saída, mas ao longo
de todo o período com o qual estabeleceu um
vínculo.
Considerando as crescentes exigências
técnicas e comportamentais no mercado
tecnológico, a retenção começa no processo
de recrutamento, que deve ser criterioso e
transparente, capaz de identificar a pessoa
certa para desempenhar um determinado
papel, garantindo ao mesmo tempo que esta
se sente motivada e alinhada com os valores
e objetivos da empresa, estabelecendo um
acordo mútuo de compromisso.
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MAGAZINE
Ao longo da minha carreira, percebi que
um colaborador sem compromisso pode levar
uma equipa a falhar e a não ser capaz de se
motivar, a tentar novamente. Da mesma
forma que uma equipa sem capacidade de
estabelecer vínculo e sentido de pertença
pode motivar os diferentes colaboradores a
falhar e desistir.
A qualidade e a criatividade no onboarding
são também fatores priorizados pelos
colaboradores e são determinantes no seu
período de adaptação inicial, na sua inclusão
e numa melhor compreensão do seu papel,
bem como na sua relação com o ambiente e
com a restante equipa.
Hoje, considero que os colaboradores são
mais exigentes na escolha da empresa com a
qual querem trabalhar. O desafio das
empresas não se prende apenas em garantir
a formação contínua ou em criar iniciativas
de desenvolvimento profissional, mas
também em reconhecer e distinguir a
heterogeneidade das equipas, e em incluir
corretamente num plano de monitorização
indicadores relacionados com a motivação
intrínseca e extrínseca de cada colaborador,
considerando que para estes serem medidos
corretamente é mandatório existir o
conhecimento necessário, o ambiente
favorável e que devem ser considerados os
vieses cognitivos para a interpretação de
resultados.
Por falar em vieses cognitivos, considero
que, antes de automatizarmos a análise de
CVs, através da inteligência artificial e de
pensarmos em informatizar os processos de
gestão de recursos humanos, devemos
garantir que somos bons a humanizá-los.