Page 46 - newDATAmagazine | 03>07>2021

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Decifrar as pessoas…
também no digital!
Agora que uma boa parte da vida
profissional, e até mesmo social e pessoal,
ocorre num ecrã à nossa frente, a imagem que
temos dos outros (e a que os outros têm de
nós) adquire particular relevo, dado que o
registo digital nos permite guardá-la, pará-la,
revê-la. Logo, a linguagem corporal é
demasiado importante para ser deixada ao
acaso. A imagem que os outros têm de nós é
na maioria das vezes avaliada pela forma
como andamos, como falamos com o corpo,
pelas expressões faciais e pelos acessórios
que usamos.
Boas notícias! Para melhorar a imagem de
confiança, credibilidade e liderança, pode-se
começar simplesmente por melhorar e
otimizar a linguagem corporal.
1 | Contato visual
Contato visual intenso - quem o faz, pensa
estar a transmitir confiança e credibilidade, no
entanto irá ser percebido como rude, hostil e
frio; em contexto de negócios, este contato
visual intenso poderá ser percebido como uma
intenção deliberada de dominar, intimidar,
menosprezar, ou fazer com que a outra pessoa
se sinta em desvantagem.
Contato ocular fraco ou ausente poderá
fazer com que seja percebido como
desconfortável, com falta de confiança ou
desinteressado. Pior ainda, os outros podem
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ser levados a pensar que o emissor é
“mentiroso”, devido ao mito “ Quem não olha
olhos nos olhos, está a mentir ou não é de
confiança”, ou que não é verdadeiro, porque
quem não olha olhos nos olhos revela
introversão, timidez ou baixa confiança.
Regra geral, o contato visual direto deve ser
efetuado durante 60% a 70% do tempo numa
conversa, aumentando-o ligeiramente quando
se fala e minimizando-o enquanto se ouve,
fazendo com que seja percebido como ainda
líder, atento, interessado e credível.
Para quem tem mais dificuldade, quero
partilhar uma técnica simples para melhorar o
contato ocular ausente: experimente, no início
da conversa, observar a cor dos olhos da
pessoa com quem interage e depois volte ao
seu modo habitual de olhar nos olhos.
2 | Domínio do aperto de mão
O toque é a forma não-verbal mais primitiva
e mais poderosa. No local de trabalho, a
credibilidade e ligação são estabelecidas
inconscientemente através da tradição do
aperto de mão; este contato é responsável por
uma impressão duradoura e positiva e
influencia a forma como a interação irá
decorrer.
Um estudo sobre apertos de mão mostrou
que as pessoas são duas vezes mais
propensas a lembrarem-se de si e a reagir de
uma forma mais amigável, se lhes apertar a
mão. Além do aperto de mão, pode criar-se um
impacto mais duradouro e positivo se se
adicionar uma única palavra, o nome da
pessoa (“ Muito gosto”, “Nome da pessoa”) e
um breve toque de 1/4 de segundo no
antebraço. Isto é o suficiente para criar um
vínculo mais forte.