Page 13 - newDATAmagazine® | 21>03>2023

newDATA Morte anunciada para os CV?
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suas experiências e nas competências que
poderá vir a desenvolver.
De acordo com um estudo recente da
Gartner - 9 Future of Work Trends For 2023
(gartner.com) - uma das tendências no
mercado de trabalho para 2023 é a procura de
candidatos não-tradicionais. Apesar de a
esmagadora maioria das organizações
advogar princípios de diversidade na sua
força de trabalho, a realidade é que, na
generalidade dos casos, os processos de
sourcing feitos de acordo com os modelos
tradicionais que assentam nos famosos KSA
(Knowledge, Skills & Abilities) - conhecimento,
competências e habilidade - são mais a regra
do que a exceção. Urge então mudar o
paradigma e procurar alternativas.
Por um lado, as organizações devem ter
maior abertura a este tipo de candidatos,
privilegiando a capacidade dos candidatos de
desenvolverem as suas atividades, mais do
que demonstrarem as suas qualificações e
certificações para justificar a competência.
Por outro, cabe aos candidatos construírem
os seus CVs e perfis das redes sociais,
evocando aquilo que os “novos” recrutadores
procuram.
Como se preparar para este novo desafio?
Comecemos pelo formato do CV que não deve
ser descurado: deve ser simultaneamente
rastreável pelos ATS e facilmente lido por um
humano (vários estudos apontam para o
tempo médio de atenção por CV durante um
processo de triagem ser inferior a 10
segundos…). Mas o conteúdo é também
crucial e a forma do expor pode depender
fortemente do nível de experiência do
candidato ou da função a que se candidata.
A forma de apresentação de conteúdo num
CV cai essencialmente em duas categorias: o
CV tradicional com apresentação de
experiências por ordem cronológica inversa (é
o formato que evidencia a experiência
profissional do candidato bem com os seus
feitos), ou um CV funcional, baseado em
competências, que é normalmente adequado
a quem tem competências muito específicas
que devem ser evidenciadas, sendo também
comummente usado por candidatos que
pretendem ocultar alguns hiatos nas suas
carreiras. O melhor dos formatos?
Provavelmente um formato misto.
O que fazer? Primeiramente, assegurar que
para cada candidatura ajustamos o CV,
garantindo que as palavras-chave para a
oportunidade a que se candidata são incluídas
na introdução. De seguida, o candidato deve
relatar no seu CV situações/experiências que
demonstrem que os seus atributos culturais e
valores estão alinhados com os da
organização a que se candidata. Em terceiro,
o seu CV deve demonstrar claramente as
competências e experiência baseadas em
resultados atingidos, ao invés de descrever a
forma como foram adquiridas. Evidenciar
experiências variadas demonstra a
capacidade e vontade de aprender e se
adaptar, o que, no contexto que aqui
defendemos, de contratar para o futuro, são
características fundamentais para todas as
organizações. E, por fim, não recear a partilha
de backgrounds educativos diferentes do
âmbito da função a que se candidata, pois
demonstra a capacidade de trazer perspetivas
diferenciadoras para a organização.
Cada vez mais, as redes profissionais e as
referências funcionam como alavancas na
contratação por aumentarem o nível de
confiança no candidato, bem como reduzirem
substancialmente o tempo de recrutamento e
contratação. Logo, invista num bom CV,
invista num bom perfil de redes sociais e
invista na sua rede de contactos de forma
proativa e cuidada. Quem sabe não será por aí
que a sua próxima oportunidade de
brilhar surgirá?
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