Page 10 - newDATAmagazine® | 21>03>2023

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Morte anunciada para os CV?
Num momento em que assistimos a
tantas mudanças na área do talento
(modelos skill-based, trabalho remoto feito
de casa e de todo o lado, impacto digital,
novas prioridades para o colaborador, …),
é, no mínimo, expectável que ocorram
alterações significativas na forma de
atração e seleção de candidatos.
Com a extraordinária e significativa
inovação que nos rodeia, seria de esperar
que hoje tivéssemos algo mais evoluído
do que uma série de páginas com o nome
das empresas onde trabalhámos. Por
exemplo, um Career Portfolio
(habitualmente usado no setor artístico) é
bem mais interessante e apelativo.
Importa ainda referir que a tecnologia
não tem sido usada da melhor forma para
retirar valor do enorme banco de dados de
CV disponível. O processo de
recrutamento poderia ser mais célere pela
eliminação do desperdício de tempo (para
empresas e candidatos) que o envio e
análise de CV, de forma continuada,
acarreta.
É urgente que o processo de gestão
dos dados pessoais dos CV seja mais
transparente – para que servem, qual o
valor daí retirado pelas empresas? A
perceção, por parte dos candidatos, é que
esta informação é retida, mas não usada,
causando frustração.
A frustração aumenta quando só existe
silêncio após o envio dos CV… Quando
falamos de humanização nos Recursos
Humanos isso também deveria significar
a preocupação em proporcionar uma
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experiência excecional ao candidato. Se
não for por este motivo, seja pelo facto de
que a falta de humanização gera impacto
negativo na reputação da empresa e, por
conseguinte, na sua capacidade de
atração.
Por tudo isto, são várias as perguntas
que nos surgem:
- Será que não existe algo melhor? Não
estará o CV já obsoleto?
- Será possível construir algoritmos
para determinar (com base nos nossos
conhecimentos, mindset e
comportamentos) o que um candidato
poderá alcançar e não nos basearmos
apenas naquilo que o candidato “foi”?
- Será que, tendo em conta a escassez
de talento, as empresas deviam
começar a recrutar competências base
que podem ser usadas para
desenvolver e alavancar as
competências necessárias?
- Será que, num mundo global, onde
podemos trabalhar remotamente para
qualquer lado, sem fronteiras de tempo
ou distância, faz sentido ainda ter um
CV Europass quando a Europa passou
a ser uma “aldeia”?
- Será que o facto de recorrermos à
tecnologia para filtrar CV, usando
critérios previamente estabelecidos,
está a contribuir para a redução de
enviesamentos e a promover equipas
diversas? Ou será o contrário?