Page 15 - newDATAmagazine® | 20>01>2023

newDATA FutureTECH(k)now!
MAGAZINE
COLUNA
Voltemos, por isso, ao tema quente do
momento, ou seja, a queda da Bitcoin e de
outras moedas digitais. Sim, a Bitcoin e outras
cryptomoedas têm caído sucessivamente nas
últimas semanas. Bastou um tweet do famoso
Elon Musk e a Bitcoin caiu 10.000 euros numa
semana. E quando a China anunciou a
proibição às instituições financeiras e
empresas de efetuarem pagamentos ou
oferecer serviços que envolvam transações em
cryptomoedas, todo o mundo se exaltou e a
Bitcoin e outras moedas viram o seu valor cair
durante semanas. Reparem que Elon Musk em
Fevereiro de 2021, conseguiu lucros acima dos
900 milhões de dólares para a sua empresa
Tesla, depois de comprar 1,5 biliões de dólares
em Bitcoins. Interessante, não é?
Claro que esta volatilidade é um perigo, mas
também uma oportunidade de investimento.
Viajando para um futuro próximo, por exemplo,
o momento em que está a ler este texto, o
cenário pode ser outro completamente
diferente e num espaço de semanas já se
ganharam ou perderam fortunas. Mas de resto,
este é um comportamento normal no mercado
de ações que vive também de especulações e
de risco.
Outra potencial desvantagem, que atrai
cada vez mais atenção é a pegada ambiental
que a mineração das moedas digitais está a
provocar. A Bitcoin e a maioria das moedas
digitais vivem de mineração. Ou seja,
computadores, servidores, etc. que estão
ligados à rede e que mantém a Bitcoin a
funcionar a troco de valor na moeda digital.
Esta é uma atividade que tem crescido tanto
em quantidade como em valor! Os
especialistas em mineração podem estar a
arrecadar atualmente valores na ordem dos
bilhões de dólares! De acordo com o site
www.theblockresearch.com.
Esta mineração exige recursos
computacionais entre os quais energia.
Atualmente tenta-se medir quanta energia a
Bitcoin usa, e segundo o Centro de Finanças
Alternativas da Universidade de Cambridge
(CCAF), estima-se que o consumo médio seja
cerca de 130 TeraWatt-hora. Para que tenham
um termo de comparação, o consumo médio
de energia em Portugal não chega aos 50
TeraWatt-hora por ano. Os alarmes ambientais
são ainda maiores se tivermos em
consideração que a maioria das fontes
energéticas são poluentes. A CCAF afirma que
cerca de dois terços provêm de combustíveis
fósseis. Tendo isto em consideração novas
moedas digitais começam a surgir afirmando-
se não poluentes. É por exemplo o caso da
Tezos, que surgiu em 2017 e tem estado em
constante crescimento. A Tezos não necessita
de processos de mineração pois os seus
processos de validação são realizados
virtualmente e não por meio de uso
computacional.
As cryptomoedas são cada vez mais um
investimento financeiro de risco
(elevadíssimo!), mais do que um mero sistema
de pagamento; contudo, é importante referir
que, como sistema de transações financeiras e
pagamento, é um meio revolucionário, seguro e
rápido, que veio para ficar. Se os dados são o
novo petróleo, as cryptomoedas são sem
dúvida o novo ouro digital. Contudo, se bem se
lembram, a corrida ao ouro, não correu bem a
todos. A sorte sorriu aos mais audazes e
perspicazes.
Bruno Miguel Silva
Professor Universitário na
Universidade da Beira Interior
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